14.1.11

Protour mudou o paradigma do ciclismo: França perde 2/3 de ciclistas na 1ª divisão enquanto a Commonwealth ganha cada vez mais expressão

Com a entrada do ProTour em 2005, o ciclismo mudou de figurino não só na constituição das provas e da exigência de pressupostos para que consigam estar dentro desse circuito mas também, as próprias equipas e a contratação desses ciclistas para essas equipas. O que aqui se espera realçar é a modificação, em termos gerais, das nacionalidades dos ciclistas presentes no ProTour nos últimos 5 anos. As nações mais tradicionais do ciclismo (França, Espanha ou Itália) têm perdido atletas neste escalão, enquanto as nações, culturalmente, agregadas a ciclismo, como Bélgica ou Holanda, têm mantido uma regularidade nos números. Os países da Commonwealth e da Europa de Leste são potências emergentes que cada vez mais se afirmam e se assumem no contexto do ciclismo ao mais alto nivel.


ITA - Itália - Depois de um período de quebra em relação ao número de ciclistas presentes no ProTour que se verificou até em 2009, a partir do ano passado verificou-se um aumento, melhoria que se verifica neste próximo ano. O "doping" e a falta de investimento das marcas estão na origem desta tendência de baixa até 2009, sendo que os bons resultados, como vitórias em Grandes Voltas, levam a uma aposta maior das marcas estrangeiras em ciclistas italianos.

FRA - França - Foi dos países onde se verificou uma maior perda de ciclistas, sobretudo, pela falta de investimento das equipas francesas que optam por ser do circuito continental profissional, em vez de estar obrigadas a cumprir pressupostos económicos elevados e a correr em provas que não têm interesse. Em 2007 e em 2008 tiveram 5 equipas no ProTour mas desde então muitos ciclistas franceses deixaram de estar presentes no ProTour, acabando este ano por apenas ter uma equipa francesa.

ESP - Espanha - A nação que podia ter sido mais prejudicado com um decréscimo no número de ciclistas devido à Operação Puerto, conseguiu minimizar o efeito da investigação, já que os patrocinadores espanhóis continuaram a apostar no ciclismo. Ainda assim, a tendência é de descida mas muito residual, por isso, ainda poderemos assistir a um fenómeno de aumento no número de ciclistas espanhóis no próximo ano, devido ao extenso mercado espanhol em que é possivel ter um ciclista de relativo baixo custo mas que apresente resultados.


BEL e HOL - Bélgica e Holanda - São duas nações que tradicionalmente apostam forte no ciclismo, visto que são o ciclismo é um dos principais desportos nestes países e, apesar de não existir um número tão elevado de ciclistas como a Itália ou Espanha, é considerável o número se o compararmos com os pequenos territórios dos países. Este ano verifica-se um aumento de ciclistas destas nacionalidades, não só por existir mais uma equipa holandesa no circuito mas também pela aposta em ciclistas destes países pelas equipas estrangeiras. 



GBR – Grã-Bretanha – A tendência de subida verificada no gráfico deve-se ao facto de existir uma equipa com licença britânica desde 2010 que está apostada em evoluir o ciclismo de estrada britânico, tal como conseguiram na pista. Além disso, o protagonismo de Mark Cavendish poderá fazer com que mais atletas consigam chegar ao mais alto patamar.

AUS – Austrália – É um caso de sucesso da formação do ciclismo por uma federação. Não teve nem tem qualquer equipa no ProTour. Ainda assim, tem tantos ciclistas como os Estados Unidos, que é só o país com mais equipas no ProTour. São 27 ciclistas na totalidade e, de certeza que nos próximos anos, conseguirão ainda ser mais os australianos presentes na divisão mais alta, já que é intenção criar uma equipa nacional que esteja presente no ProTour, depois do insucesso da Pegasus, que tentou ser ProTour e Continental Profissional, mas sem sucesso.

NZL e IRL – Nova Zelândia e Irlanda – Duas nações que não têm muitos ciclistas mas que poderão nos próximos anos ver crescer o número de ciclistas e sua preponderância no ciclismo internacional. A Nova Zelândia tem apostado de forma gradual no ciclismo de estrada e dispõe de uma equipa no escalão continental, além da presença de 5 elementos nas melhores equipas do mundo. A Irlanda têm o dobro dos ciclistas presentes em relação ao ano passado, mas Martin e Roche são a garantia de se ouvir falar na nação irlandesa nos próximos anos porque apresentam resultados de grande nivel.

EUA – Estados Unidos da América – Com a saída de Armstrong no pelotão, houve também um decréscimo de ciclistas até 2008. A entrada da Slipstream para o ProTour faz com que o número de americanos aumente no ProTour, o que já não aconteceu no ano passado com a entrada da Radio Shack e a vinda de Lance Armstrong. Este ano com 4 equipas de licença americana atinge-se, também, o número mais elevado de ciclistas oriundos dos Estados Unidos da América, com 27 ciclistas no total.






UCR - Ucrânia - É a nação de leste que vê mais ciclistas a estar presente no ProTour em comparação com o ano passado. Deve-se sobretudo à entrada de um investdor ucraniano na Lampre e, consequentemente, à entrada de ciclistas ucranianos para a equipa. Houve uma quebra até 2009 que nem no ano passado nem este ano se irá verificar.

BLR- Bielorussia - Apesar de este ano, não ter existido um crescimento no número de ciclistas, é das nações da Europa de Leste que conseguiu colocar mais ciclistas no pelotão do ProTour, sem esquecer que não existe equipa bielorussa e a equipa que poderia apostar nesses ciclistas (Katusha), apenas o faz com um elemento. Este ano quebra a tendência de subida gradual dos anos anteriores.


RUS - Rússia - Com a criação de uma equipa em 2009, a Katusha, o numero de ciclistas russos disparou nesse mesmo ano, sendo que em todos os outros anos verificou-se uma tendência de descida gradual. Contudo, poderá verificar-se um aumento de ciclistas russos nos próximos se existir uma maior aposta da equipa nos talentos russos.


ESL - Eslovénia - Das nações mais fortes na formação mas que depois não conseguem demonstrar a qualidade no profissionalismo, têm vindo a ser mais os ciclistas presentes em equipas do ProTour. Sobretudo, jovens ciclistas que foram protagonistas no circuito da Taça das Nações para sub-23 em anos anteriores. Existem mais ciclistas com qualidade que poderão aumentar o contingente esloveno.


POL- Polónia - Nos últimos anos, a aposta é cada vez maior em polacos pelas principais equipas, facto que nao é alheio também, à existência de uma equipa no escalão continental profissional. Além disso, a Volta a Polónia faz parte do ProTour e tem sido uma boa oportunidade de conseguir referências de ciclistas polacos numa corrida de topo, além dos interesses económicos que podem estar por detrás das contratações e que lá levou alguns polacos para a Liquigás, por exemplo.

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